Com o intuito de utilizar o design para ajudar às mulheres grávidas em decorrência de estupro, desenvolvi esse projeto para o meu Trabalho de Conclusão do curso de Comunicação Visual Design (EBA/UFRJ).
Realizei uma pesquisa de campo qualitativa com os profissionais de saúde que fazem o atendimento da mulher nessa situação. Entrevistei médicos(as), enfermeiros(as), psicólogos(as) e assistentes sociais para entender melhor como essa mulher chega ao hospital, quais são suas dúvidas e opções, como deveria ser feito o seu atendimento, entre outras questões.
Entre pesquisas e conversas, me deparei com a questão do aborto legal - previsto na Constituição brasileira para casos de estupro. Mesmo sendo um direito, o aborto legal ainda encontra diversos empecilhos e é um assunto considerado tabu por muitos, logo, evita-se discutir a respeito. Desse modo, falar abertamente sobre aborto legal sempre foi um desafio.
Em busca de um norte para essa questão, foi feito um estudo de imagens que abordam tanto a gravidez quanto o aborto. Compreender tais imagens me encaminhou à pesquisa e ao entendimento melhor dos conceitos de imaginário e mito segundo os autores Michel Maffesoli e Roland Barthes.
A investigação dessas pinturas, ilustrações, fotografias e outras representações trouxeram para o trabalho noções de uma maneira mais agradável de comunicar o aborto legal. Além disso, o estudo de tais imagens confirmou a importância e a contribuição para o processo de criação do designer, afinal, o mesmo é um produtor de representações visuais.
A partir disso, as imagens produzidas nessa proposta buscaram desconstruir o imaginário e o mito discutido durante a pesquisa. Nos encontros com os profissionais que trabalham no serviço público, pude apresentar a conceitualização e o desenvolvimento do projeto, gerando trocas e realizando cabíveis alterações visuais e de conteúdo textual. Ao mesmo tempo, recebi respostas positivas do conjunto que estava sendo criado.
Para além do informativo sobre aborto legal, quis desenvolver algo para que a mulher que sofreu a violência. Com isso, surgiu a ideia do livro O que faz parte de mim: um conjunto de listas, figuras, momentos e outras coisas.
Trata-se de um livro interativo, onde a leitora se depara com atividades lúdicas e divertidas para se distrair e quem sabe ajudar de alguma maneira o seu processo de cura.
- Defendido e aprovado em maio de 2018 na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Para ter o acesso à pesquisa completa acesse o link.

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